Acesso da população rural à saúde: uma análise das desigualdades socioterritoriais, étnico-racial e de gênero

Coordenadora:  Karolyna Marin Herrera

Vigência:  08/2024 a 18/2026

Resumo: O acesso aos equipamentos públicos de saúde que garantem a qualidade de vida das pessoas não ocorre de forma democrática no Brasil, uma vez que os serviços para tratamento de doenças complexas, por exemplo, estão concentrados nos grandes centros urbanos. Refletir sobre o acesso das populações rurais ao tratamento de doenças graves significa tirar da invisibilidade as realidades dos povos do campo, das populações tradicionais e negras do Brasil profundo, sobretudo as mulheres, que quando não são acometidas por doenças de alta complexidade, são as principais responsáveis pelos cuidados dos enfermos da família. Neste sentido, torna-se urgente analisar o acesso aos serviços de tratamento para doenças de alta complexidade, sob uma perspectiva interseccional, considerando relações de gênero, raça, etnia e local de moradia, a fim de contribuir com as políticas sociais que visam minimizar ou erradicar as desigualdades sociais. Para tanto esta pesquisa tem como Objetivo Geral: Analisar a mobilidade e o acesso à saúde da população rural, moradora de cidades pequenas e médias das diferentes regiões brasileira ao SUS, considerando as desigualdades socioterritoriais, etnicorraciais e de gênero para a identificação de Determinantes Sociais em Saúde (DSS) no processo saúde-doença. E como objetivos específicos, 1. Identificar as doenças mais recorrentes nos territórios selecionados, com atenção às doenças de alta complexidade e àquelas agravadas com a contaminação da Covid-19, considerando recorte de gênero e raça; 2. Investigar as dificuldades encontradas pelos usuários ao acesso aos serviços para tratamento de doenças, sobretudo as de alta complexidade e surgidas com a contaminação da Covid-19; 3. Identificar os serviços de saúde para tratamento de doenças de alta complexidade e àquelas agravadas pela Covid-19 próximos às populações do campo; 4. Analisar como o trabalho de cuidados com doentes realizado pelas mulheres rurais é agravado devido às grandes distâncias percorridas para acessar à saúde pública; 5. Investigar a prevalência de doenças decorrente da contaminação da covid considerando gênero, raça e etnia; 6. Investigar o acesso ao transporte e as condições de mobilidades dos pacientes e familiares; 7. Estabelecer uma comparação entre as macrorregiões brasileiras em relação ao acesso da população rural aos serviços de saúde de alta complexidade; 8. Elaborar sugestões e estratégias para proporcionar e aprimorar o acesso das populações rurais aos serviços de tratamento de doenças de alta complexidade; 9. Estimular o debate acadêmico, técnico, científico e popular sobre as desigualdades socioterritoriais que acometem as populações rurais para acessar os serviços (de saúde) que garantem a qualidade de vida.

 

Integrantes:

Prof. Karolyna Marin Herrera

Prof. Daniela Aparecida Pacífico

Prof. Valmir Luiz Stropasolas

Philippe Ludovic Boisson

Manoela de Andrade de Pinho