Laboratório de Estudos Rurais (LERU)

No dia 09 de dezembro de 2024, as pesquisadoras Daniela Aparecida Pacífico (LERU/UFSC) e Carla Gualdani (IPEA/DF) entregaram o quarto e último relatório de uma pesquisa realizada ao longo dos últimos 3 (três) anos. Registrada no Sigpex/UFSC sob o título “Tecnologias e Bioinsumos no Brasil: a contribuição dos núcleos de estudo em agroecologia e produção orgânica na transição sociotécnica para sustentabilidade”, a pesquisa iniciou em 2022 e foi realizada em quatro etapas. A primeira etapa foi realizada ao longo de 2022 a partir de uma revisão sistemática de literatura na qual investigou-se a produção técnico-científica de Núcleos de Estudos em Agroecologia (NEA) e Centros Vocacionais Tecnológicos (CVT). O produto desta primeira etapa foi o Relatório 1. A segunda etapa foi realizada no primeiro semestre de 2023 com a realização de entrevistas semiestruturadas com os coordenadores/as de NEA e CVT, nas cinco regiões brasileiras, e identificou-se as oportunidades, as potencialidades e os gargalos para o efetivo apoio aos núcleos, redes, centros vocacionais e seus parceiros locais. O produto desta etapa foi o Relatório 2. A terceira etapa, realizada no segundo semestre de 2023, consistiu-se em três momentos, a saber: (i) o de visitas in loco aos NEA e CVT nas cinco regiões brasileira na qual foram identificados os contextos territoriais os quais NEA e CVT estão inseridos, assim como os grupos sociais com quem atuam; (ii) o de avaliação do banco de dados da Pesquisa com foco nos insumos biológicos da agroecologia e dos sistemas orgânicos de produção, em que se analisou as tecnologias da agroecologia, resgatadas/adaptadas/desenvolvidas no âmbito de projetos executados por NEA e CVT; e, (iii) o de análise das ações com potencial de serem apoiadas por políticas públicas para fortalecer a agroecologia no Brasil. O produto desta terceira etapa foi o Relatório 3. Por fim, a quarta etapa realizada em 2024 teve o objetivo de analisar os relatórios de prestação de contas dos projetos executados no âmbito dos Editais (CNPq) de fomento à pesquisa em agroecologia e compreender em que consistiram as ações desenvolvidas por NEA e CVT com financiamento público. O produto desta última etapa consistiu no relatório 4, entregue em dezembro. Os relatórios são documentos do IPEA e se tornarão Textos para Discussão e, deste modo, ficarão disponíveis para os pesquisadores e interessados no assunto.

Entre os dias 21 e 23 de novembro de 2024, as pesquisadoras Karolyna Marin Herrera e Daniela Aparecida Pacífico realizam pesquisa de campo junto de mulheres agricultoras dos municípios de Praia Grande/SC e Araranguá/SC. A pesquisa está amparada pelo projeto “Acesso da população rural à saúde: uma análise das desigualdades socioterritoriais, étnico-racial e de gênero”, financiada pelo Ministério da Saúde, e coordenada pela pesquisadora Lorena Moraes da UFRPE. Na ocasião da pesquisa, as pesquisadoras da UFSC aplicaram um questionário junto às mulheres rurais nas comunidades de Três Irmãos e Alvorada, em Praia Grande/SC, e na comunidade Sanga da Toca I, em Araranguá/SC.

A professora Daniela Aparecida Pacífico, coordenadora nacional do Projeto de cooperação capes/Brafagri, realizou missão de trabalho na França, de 26/10 a 09/11/2024, e esteve no Institut Agro de Dijon (IAD), em agenda no setor de relações internacionais, com a sra. Hélène Coché, diretora de relações internacionais; no Institut Agro de Montpellier (IAM), também em agenda com o setor de relações internacionais, quem a recebeu foi a sra. Emmanuelle Brévier, responsável de mobilidade acadêmica da instituição; e na Bordeaux Science Agro (BSA), em Bordeaux. Na ocasião a professora se reuniu com a diretora de relações internacionais e coordenadora do programa do lado francês, sra. Camille Cholet para tratar dos assuntos da cooperação. Ainda na BSA a professora Daniela se reuniu com as professoras Isabelle Masneuf-Pomarede e Pauline Tolle, da Chaire Agriculture Biologique, e com Jean-Philippe Fontenelle, atual Diretor da BSA, e membro da Chaire Agriculture Biologique. Parte importante da missão foi destinada ainda ao acompanhamento e avaliação do percurso dos estudantes brasileiros em mobilidade na França, seja para o intercâmbio simples (12 meses), ou para o intercâmbio com duplo diploma (18 meses). No momento da missão os estudantes em mobilidade são: Christelle Baptistebeau Boeuf, Leonardo Rachadel Farias, Bruna Rodrigues Rentes e Ingrilore Flores Mund, estudantes da UFSC e em dupla diplomação na BSA, Hirley Natami Gasperi, estudante da UFSC em intercâmbio em Dijon, Iris Lara Rocha Dos Santos e Dandara Santana Cardoso, estudantes da UFRB em intercambio na BSA, e Gabriella Henrique Querino Pedrosa Dos Santos, também estudante da UFRB em intercêmbio em Clermont-Ferrand.

O Programa BRAFAGRI Brasil/França pela Agricultura é um acordo entre a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), do Ministério da Educação do Brasil, e a Direction Générale de l’Enseignement et de la Recherche du Ministère de l’Agriculture et de l’Alimentation (DGER), na França, que foi assinado em 2005. O primeiro edital foi lançado em 2008, e desde então o Programa foi reeditado em 2010, 2012, 2014, 2016, 2018 e 2022. A submissão de projeto é feita por pesquisadores/as ligados a pós-graduação que atendam os critérios do Edital da CAPES. Os projetos aprovados são contemplados com bolsas para o intercâmbio de estudantes de graduação e recurso para missão de pesquisa dos pesquisadores/as. O objetivo do programa é fomentar a pesquisa e a formação de recursos humanos de alto nível por meio do intercâmbio de estudantes de graduação das áreas de ciências agronômicas, agroalimentares e veterinária com vistas à assimilação de conteúdos curriculares e metodologia de ensino em ambos os países. Do lado Brasileiro, a coordenação do Programa está na UFSC, campus Florianópolis/SC, e conta com as instituições associadas UFRB, campus Cruz das Almas/BA, e UFPA, campus Belém/PA. Do lado Francês, a coordenação está na Bordeaux Science Agro, e conta com as instituições associadas Institut Agro Dijon (IAD) e Vet Agro Sup Clermont-Ferrand. Os estudantes brasileiros podem ser destinados a uma das instituições francesas parceiras, e os estudantes franceses podem ser destinados a uma das instituições brasileiras, no norte, no nordeste ou no sul do Brasil.

A 21ª Semana de Ensino, Pesquisa, Extensão e Inovação (SEPEX) foi realizada entre os dias 4 e 8 de novembro de 2024 na Universidade Federal de Santa Catarina. Além de minicursos, palestras e atividades artísticas e culturais, também houve uma feira com mais de 120 estandes de diferentes núcleos temáticos, como meio ambiente, saúde, tecnologia e educação.

A equipe do LERU apresentou nossas atividades de pesquisas e extensão em torno da agroecologia, da organização de comunidades rurais e da sustentabilidade no estande “Desenvolvimento Rural e Agroecologia”, organizado pelo Núcleo de Desenvolvimento Sustentável (NDRS).

Durante todo o período, tivemos a visita de estudantes de escolas, universidades e outros segmentos da sociedade, ampliando a integração entre a universidade e o público em geral. A SEPEX é um evento anual, aberto à comunidade e gratuito.

Legenda: Estudantes e bolsistas do Núcleo de Desenvolvimento Sustentável (NDRS) durante a 21ª SEPEX.

O livro Ambiente, saúde e sociedade: interdependências e diálogos, organizado pela Prof. Márcia Grisotti (ECOS/PPGSP/UFSC) e Isaura Wayhs Ferrari tem um capitulo da pesquisadora colaboradora Flavia Soares Ramos intitulado “A produção de base ecológica como estratégias de saúde(s)”.

Nesse texto, a autora analisa as motivações de agricultores e agricultoras de diferentes matrizes de base ecológica da Região da Grande Florianópolis, demonstra se e como seus discursos evidenciam aspectos de saúde, direta ou indiretamente, e em que medida a produção de alimentos de base ecológica pode ser considerada uma estratégia de saúde coletiva.

Os professores do LERU, Karolyna Marin Herrera, Cristiano Desconsi e Daniela Aparecida Pacífico em parceria com o professor Renê Birochi (PPGADM/UFSC) publicaram o artigo Trabalho e gestão das mulheres na agricultura familiar: uma análise a partir de estudos feministas e de gênero na Revista de Economia e Sociologia Rural.
O artigo tem o objetivo de refletir sobre as possibilidades teóricas para os estudos sobre as mulheres rurais no trabalho e na gestão de estabelecimentos familiares tomando como base as contribuições dos estudos de gênero e dos feminismos.

No dia 13 de novembro de 2024 a pesquisadora colaboradora do LERU, Flavia Soares Ramos, apresentou o trabalho “Aspectos Ambientais da Migração de Origem Urbana com Destino Rural” no 6° Simpósio Internacional de História Ambiental e Migrações, organizado pelo Laboratório de Imigração, Migração e História Ambiental (LABIMHA) da Universidade Federal de Santa Catarina.

O evento foi organizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag) e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) é uma das instituições apoiadoras da terceira edição da Mostra Nacional da Produção das Margaridas, que foi realizada entre os dias 16 a 18 de agosto, em Brasília (DF). A Mostra reuniu 190 stands, com produtos de mulheres agricultoras familiares, mulheres indígenas, mulheres quilombolas e  de mulheres demais povos e comunidades tradicionais. A Mostra teve como objetivo ser  um espaço de comercialização, de promoção e de divulgação dos produtos provenientes de grupos de mulheres agricultoras

Na UFSC, a colaboração ocorre por meio do Laboratório de Estudos Rurais (LERU) do Centro de Ciências Agrárias (CCA), via  projeto de extensão, “Mostra das Margaridas: Autonomia Econômica, Combate a Violência e Elaboração das Políticas Públicas para Mulheres do Campo, Floresta e Águas”, e via projeto de pesquisa “Autonomia Econômica e Elaboração de Políticas Públicas para Mulheres do Campo, Floresta e Águas”, ambos coordenados pela professora Drª Karolyna Marin Herrera, com a participação da professora Drª Daniela Aparecida Pacífico, do professor Dr. Cristiano Desconsi, tendo como bolsista o estudante da pós-graduação em agroecossistemas, Jorge, e a estudante de agronomia Manoela  de Andrade de Pinho. O grupo realizou pesquisa durante a mostra e aplicou 130 questionário, coletou relatos de experiências e realizou entrevistas por região.

A Mostra foi uma oportunidade para geração de renda, reconhecimento de tradições alimentares e diálogos entre campo e cidade. Além disso, foi um espaço de encontros, oficinas formativas, rodas de conversas e manifestações culturais. “Foi uma oportunidade para afirmar que as Mulheres do Campos, das Águas e das Florestas seguem em Marcha. Sua realização dialoga diretamente com o eixo político da Marcha das Margaridas: Autonomia econômica, inclusão produtiva, trabalho e renda”.

Foi elaborado um  CATÁLOGO MOSTRA DAS MARGARIDAS contendo informações das agricultoras e de seus produtos

Os resultados da pesquisa estão sendo trabalhados no âmbito do LERU.

Imagem 1: Cartaz da Mostra
Imagem 2: Equipe do LERU na Mostra: Jorge, Prof. Karolyna, Manoela, Prof. Daniela e Prof. Cristiano

O Laboratório de Estudos Rurais (LERU), representado pela professora Daniela Pacífico, está participando do Comitê Científico Nacional da comissão organizadora do XVI World Congress of Rural Sociology. Este congresso é realizado pela International Rural Sociology Association (IRSA), juntamente com a UFRGS, que sediará o evento.

Estudantes da primeira fase do Curso de Graduação em Agronomia matriculados na disciplina de Introdução à Agronomia terão uma experiência de 12 horas em laboratórios de pesquisa no CCA, dentre elles, o LERU. A iniciativa é do Prof. Dr. Jucinei Comin, vice coordenador do curso e ministrante da disciplina de Introdução à Agronomia, que explica que o objetivo da atividade é  aproximar os estudantes das dinâmicas de Pesquisa e Extensão desenvolvidas nos laboratórios supervisionados por professores da Agronomia. Durante os meses de setembro e outubro de 2024, cinco estudantes interessados nas temáticas do LERU realizarão a vivência cumprindo o seguinte protocolo:

– Participação em cinco reuniões do laboratório (geralmente elas acontecem nas sextas-feiras às 14h);

– Participação de ao menos um evento acadêmico que o LERU estiver envolvido;

– Dialogo com um estudante-referência no LERU (cada estudante terá um estudante de referência no LERU, que vai explicar o que tem feito e ajudar na integração);

– Estar presente fisicamente no LERU ao menos uma vez na semana por no mínimo 1h.

– Elaboração um relatório sobre as atividades do LERU e das atividades que participou durante a vivência no laboratório, que deverá ser submetido para um professor do laboratório.

Desejamos que os alunos tenham uma ótima experiência!